Como integrante do núcleo de Recrutamento e Seleção, percebo que as vagas mais difíceis de manter o candidato efetivo nas empresas são aquelas em que os clientes não são flexíveis e possuem ambientes de trabalho não saudáveis, o que afeta diretamente a produtividade e a inovação.
Segundo pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento Robert Half, cedida com exclusividade para a CNN, 84% das empresas relataram dificuldades na contratação de profissionais qualificados em 2024.
Outro dado alarmante diz respeito ao engajamento global dos funcionários, que caiu dois pontos pela primeira vez em quatro anos, atingindo 21% (GALLUP, 2024). A partir desse dado, poderíamos discutir diversos fatores, mas um deles chamou especialmente minha atenção: uma ferramenta de dimensão silenciosa e extremamente estratégica — a segurança psicológica.
“Não há criatividade onde há medo; Não há colaboração onde há constrangimento; Não há inovação onde as pessoas não se sintam seguras para errar, propor, questionar e serem quem realmente são.”
Fiquei profundamente impactado com essa fala curta e potente da cientista política Claudia Martinelli, durante uma live sobre assédio e práticas de gestão voltadas à criação de ambientes com segurança psicológica.
O conceito de segurança psicológica foi difundido pela acadêmica norte-americana e atual professora de Liderança na Harvard Business School, Amy Edmondson, que explica tratar-se de um ambiente em que as pessoas se sentem seguras para expressar ideias, dúvidas e erros sem medo de punição, constrangimento ou humilhação.
Outro conceito que contribui para aprofundar o tema é o da doutora Brené Brown, que apresenta a vulnerabilidade como um ato de coragem, lembrando-nos de que não se trata de um sinal de fraqueza, mas de uma expressão de humanidade e bravura. Essa prática estimula a inovação e a criatividade.
Na Vivaz, contamos com uma equipe formada pela diversidade e somos constantemente incentivados a exercer autonomia em nosso trabalho, liderando projetos nos quais possuímos maior conhecimento e habilidade.
Um dos indicadores do nosso planejamento estratégico é a aprendizagem. Temos como meta o desenvolvimento contínuo, por meio da troca e do compartilhamento de novos conhecimentos. Trazemos para o cotidiano a inclusão, na qual todos são ouvidos e valorizados, e a diversidade, que vai além do cumprimento de cotas ou políticas. Acolhemos diferentes perspectivas que contribuem para o enriquecimento da cultura organizacional.
Buscamos, a cada dia, trilhar esse caminho de forma coerente, com foco em manter um ambiente interno seguro. Posso, com tranquilidade, negociar demandas, prazos de entrega e outros projetos apresentados, bem como dialogar com a gestão sem medo ou hostilidade — algo diferente da realidade observada em muitos outros ambientes de trabalho.
Luiz Santos
Consultor de RH
